A bacia hidrográfica do Igarapé Santa Rosa localiza-se a Sudoeste do Município de Xapuri, entre as coordenadas geográficas (UTM) 19L 0554134 UTM 8822123 e 19L 0555309 UTM 8818820, ocupa uma Área de 622,86 ha e perímetro de 448,43 Km. Da nascente até a foz percorre aproximadamente 9 km, sendo toda a sua extensão dentro do município (Figura 1).
A população da bacia do igarapé Santa Rosa é de 528 famílias, aproximadamente 2.112 pessoas.
A Bacia do igarapé Santa Rosa apresenta características de urbana, peri – urbana e rural, sendo que a maioria das famílias reside na porção urbana da bacia. É uma bacia de relevante interesse econômico, ecológico e ambiental, uma vez que a população ali assentada produz, gera renda e emprego, e ajuda a desenvolver a economia do município, entretanto, o Igarapé Santa Rosa tem sofrido o impacto de uma ocupação crescente e desordenada, e, como em todo processo de ocupação espontânea, ocorreu intenso desmatamento de suas margens.
A conscientização da legislação ambiental é sem dúvida uma lacuna a ser preenchida, uma vez que alguns produtores já comprometeram o curso do igarapé e as suas margens. Atualmente existem 592,9 hectares desflorestados o que representa 95,1% da extensão do seu território. Nas áreas de Preservação Permanente o desflorestamento chega a 93,5% ou 78,76 dos seus 84,25 hectares de extensão (Acre, 2009).
A intensa interferência antrópica nos limites desse ecossistema vem desencadeando ao longo dos anos, os processos erosivos que culminam com o desbarrancamento e o assoreamento do manancial, e conseqüentemente o desencadeamento de sérios problemas ambientais: escassez de água para suprir as atividades produtivas, inundações, seca exagerada e o desequilíbrio hidrológico da bacia.
A remoção da floresta além de empobrecer o solo, causa a fuga e/ou extinção da fauna silvestre do local, pois, sem a cobertura florística a fauna silvestre migra e a aquática desaparece, causando transtornos à população do entorno que vive da pesca. Somam-se a esses impactos, a construção de moradias com estrutura mínima de saneamento nas áreas de proteção permanente.
Dessa forma, a mata ciliar e as margens da bacia ficam vulneráveis a todo tipo de depredação por parte da população, que mora no entorno, depositando vários tipos de resíduos como: pequenos objetos de plástico, pneus e isopor, além de efluentes com resíduos químicos e domiciliares.
Visando minimizar os impactos que ocorrem nesta bacia, a Secretaria de Meio Ambiente juntamente com a Prefeitura Municipal fomentou a criação de uma Comissão gestora composta pelo poder público Municipal, Estadual, Federal e organizações da Sociedade Civil objetivando a gestão descentralizada e compartilhada da bacia, além de realizar atividades relacionadas a:
– Formação e Capacitação de Agentes Ambientais Voluntários;
– Monitoramento da qualidade da água da bacia;
– Aumento da cobertura vegetal – restauração de APPs;
– Cursos de capacitação, oficinas e intercâmbios;
– Fortalecimento a ampliação do Comitê Gestor;
– Monitoramento fluviométrico; e
– Difusão do ZEE nas escolas.